quarta-feira, 24 de junho de 2009

Vídeo saltos Água Negra

Um dois pratos fortes do canyoning da água Negra superior são os saltos, por isso deixo aqui um pequeno vídeo que o ilustra:



http://vimeo.com/5258805

Gostava de lembrar que antes de saltar devemos sempre verificar a profundidade da lagoa e de que o fundo está desimpedido.

domingo, 21 de junho de 2009

Canyoning da Água Negra (superior)

Ribeira da Água Negra (troço superior), Rabaçal
Realizado a 20/06/2009
Participantes: Bernardo, Carlos e Filipe

ÉPICO...Não posso começar a descrever este canyoning por outra palavra. Este colossal troço tem de tudo um pouco: áreas abertas, gargantas encaixadas, vistas panorâmicas, lagoas paradisíacas, destrepes, um pequeno tobogã, saltos super divertidos nas águas mais cristalinas que já vimos, rapéis pequenos e rapéis grandes. A juntar a todos estes condimentos, o sol fez questão de nos acompanhar durante todo o dia, o que automaticamente aumenta exponencialmente a fruição. Já a meio a opinião geral era de que este tinha sido o melhor canyoning que tínhamos feito. Penso que é possível dividir esta descida em três etapas: na primeira temos rapéis pequenos e progressão através de um alternado de gargantas estreitas, áreas largas e alguns destrepes, sempre com pequenas lagoas. Na segunda secção, atravessamos uma extensão algo longa em ribeira aberta, onde se situam várias lagoas com profundidade suficiente para permitir saltar, quase sempre com possibiliade de voltar a subir e repetir o salto ("perdemos" algum tempo nesta parte). A secção final é caracterizada pela verticalidade, com três rapéis de 30, 70 e 50m, todos fraccionados. O mais pequeno é também o mais bonito, contrastanto completamente com o enquadramento e imponência do ressalto de cerca de 70m. Realizámos o fraccionamento situado a 6m do topo, pelo que os 65m restantes foram todos feitos em suspenso. Cada um tentou equilibrar o corpo como pôde para o rapel não se tornar um autêntico carrossel. Para acabar faltava apenas a cascata das 25 Fontes, uma anã comparada com a anterior. Quem fizer este canyoning terá que ter atenção a pedras soltas na face desta queda, já que ao descer soltei vários bocados de rocha com 30 a 40cm de comprimento. Felizmente cairam todas na lagoa e não houve problema, mas convém ter cuidados redobrados, principalmente se estiverem turistas na margem da lagoa.

Faz falta deixar um abraço e um agradecimento aos nossos colegas do Clube Naval do Seixal, Duarte, Hugo e Lino, que reequiparam o troço já aberto até muito mais acima, permitindo-nos usufruir desta magnífica ribeira na íntegra e em segurança.

Este canyoning serviu também de teste a material novo. Eu e o bernardo estreamos as famosas canyoneer da five ten, e realmente tem uma aderência em rocha molhada e lodo sem qualquer paralelo em quaisquer outras botas que tenhamos experimentado. No entanto, pessoalmente desagrada-me o mau apoio do tornozelo, já que a parte superior é em neoprene, demasiado mole. Isto faz com que tenha o apoio de uma sapatilha sem cano, o que já me provocou um pequeno entorce, algo que nunca me tinha acontecido com outras botas. Testei também uma mochila de fabrico doméstico de 55L, com uma solução de acesso múltiplo através de um fecho na parte inferior da frente da mochila, com separação do material por uma divisória interior. No entanto, com o bidão e água em baixo e corda em cima, o centro de gravidade fica muito elevado, causando problemas de equilíbrio, principalmente a nadar e no rapel (apesar de aqui se resolver ao levar a mochila à cintura). Vou repensar esta solução.

Antes de acabar, queria fazer uma correcção à localização das 25 Fontes no Google Earth. A maioria das pessoas considera que uma grande cascata com abertura em meia lua é a das 25 Fontes, mas na realidade é a cascata anterior, a de 70m. As 25 fontes ficam 160m abaixo, no ponto 32°45'56.08"N e 17° 7'32.48"W.

Álbum completo (70 fotos) e com maior resolução AQUI.
Equipamento: Pentax Optio W30